
A Praça Universitária foi tomada por um mar vermelho entremeado de bandeiras do Brasil na tarde de domingo. Estimados em 50 mil pelos organizadores, manifestantes de todas as idades ergueram cartazes, entoaram palavras de ordem e acompanharam batuques em um ato que se somou ao calendário nacional de mobilizações contra a chamada PEC da Blindagem e contra qualquer possibilidade de anistia a envolvidos em atos golpistas.
Organizado em apenas três dias, o evento foi formado por militantes, famílias inteiras e estudantes, que deram o tom ao ato. Entre as bandeiras e camisetas, as frases “Brasil é dos brasileiros” e “Brasil Soberano” se multiplicaram, em contraste com o alvo da crítica: a tentativa de enfraquecer investigações contra parlamentares e proteger golpistas.
A programação incluiu apresentações de artistas locais como Maíra Lemos, Beaju, Laércio Correntina, Gilberto Correia e Xexéu, que se revezaram no palco reforçando a atmosfera festiva da manifestação.
Discursos de lideranças políticas e acadêmicas marcaram o ato. O vereador Fabrício Rosa (PT), um dos articuladores, celebrou o simbolismo da cena. “Goiânia deu uma resposta clara hoje. Esta praça, tomada pela militância de esquerda, não compactua com nenhum tipo de impunidade. O povo se manifestou e está dizendo não à anistia e não à PEC da Bandidagem”.
Também participaram a deputada federal Adriana Accorsi (PT), a vereadora Kátia Maria (PT) e o vereador de Aparecida Tales de Castro (PSB). Lideranças históricas, como o ex-prefeito Pedro Wilson (PT) e o professor Pantaleão (UP), circularam entre militantes.
As reitoras das três principais universidades da capital, Angelita Pereira (UFG), Oneida Irigon (IFG) e Olga Izilda Ronchi (PUC Goiás), marcaram presença. “Eu não poderia estar em outro lugar hoje”, resumiu a professora Olga.
Por volta das 18h, o ato ganhou movimento. A multidão desceu pela Avenida Universitária em direção à Praça Cívica, em uma caminhada marcada por cantos e bandeiras erguidas. O encerramento teve mais apresentações culturais e a execução do Hino Nacional, símbolo da mensagem final: resistência democrática e defesa do Estado de Direito.
